
O náufrago no istmo de Wu espraia espasmos como as notas dissonantes de Charlie Parker. Pegar o pássaro em pleno voo, o onírico em plena deambulação e fazer com isso fábulas insólitas, riscadas, rabiscadas, significadas. Fábulas do reino animal, vegetal e mineral, objetivação de uma escotilha, de um tango, de uma orquestra. O planeta na hora da sesta, do ócio, do sonambulismo criativo que olha pela fresta do olho.
Fernando José Karl, 56 anos, é natural de
Joinville/SC. É jornalista, roteirista de cinema,
artista visual e poeta. Foi co-criador e editorassistente do jornal cultural paranaense “Nicolau”.
Trabalhou no suplemento cultural Anexo, do jornal
“A Notícia”.
Só as tempestades não envelhecem no istmo de Wu. Elas viram aluvião. Viram o menino Karl dando cambalhotas, o mundo de pernas ao avesso, e isso é arte, o que se mede sem começo.