
Um dia fantástico em São Paulo.
Foi honra receber o convite da @nataliatimerman para participar da retomada dessa foto histórica, entre mulheres escritoras paulistanas, nas escadarias do Estádio do Pacaembu. Certamente reunimo-nos em mais de mil mulheres poetas, professoras, arquitetas, dentistas, jornalistas, mas todas com alguma coisa muito forte em comum: a nossa escrita, poética, literária, psicanalítica, entre tantas outras vertentes da escrita.
O contato, o reconhecimento de muitos rostos ou nomes que nos diziam tanto, mas sem uma conexão real, agora nos tocou a todas, com suas doces, femininas e feministas presenças por meio dos sorrisos, olhares e abraços que se apertavam a cada chegada.
Foi um lindo dia, numa linda manhã de domingo deste 12 de Junho, não por acaso, Dia dos Namorados. Vamos ter que repeti-lo em 12 de Junho de 2023 e para sempre, até que conquistemos o nosso espaço no mercado editorial brasileiro e mundial, até que nos façamos ser lidas e ouvidas, entendidas, compreendidas e amadas.
Para que possamos continuar a inspirar as próximas gerações de meninas-mulheres a assumirem a continuidade deste trabalho, dessa luta diária que é muitas vezes ter que trabalhar com coisas tão díspares, como medicina, gastronomia, jornalismo, veterinária, direito, entre tantas profissões que as mulheres foram obrigadas a agarrar para sobreviverem, quando no fundo tudo o que queriam era apenas a solidão do Quarto de Virgínia Woolf para se dedicarem unicamente ao ofício da descrita.
Possibilidade que muito poucas mulheres conseguiram ter até esse século XXI, isso sem falar em suas outras ocupações como mães, esposas e donas de casas. Coisa que a maioria dos homens, desde os primórdios da civilização, sempre que resolveram seguir pelo caminho das letras, nunca tiveram que fazer essa escolha. Mesmo porquê sempre encontraram uma “bendita mulher” para ampará-los nessa situação, senão lavando, cozinhando e cuidando sozinha dos filhos, muitas vezes trabalhando fora para sustentar a casa e o marido candidato a escritor. São inúmeros na história contemporânea os casos de escritores famosos que contaram com essa retaguarda feminina. Infelizmente, a recíproca nunca foi verdadeira.